Através de Conexões, mostra no MAC
revela
proximidades entre obras e artistas
Karel Appel, Cabeça Trágica, 1957
Nesta quinta-feira, 8 de fevereiro, o MAC/ USP dá início a sua
programação de exposições do ano com a abertura da mostra Conexões. Tendo como curadoria Carmen
Aranha, docente do museu, e Evandro Nicolau,
do setor educativo, Conexões possibilitará
através das 74 obras escolhidas, diferentes leituras entre os trabalhos
de artistas, muitos deles situados em épocas diferentes. O caminho
escolhido pela curadoria é analisar, do ponto de vista da acuidade do
olhar, as transformações da matéria e seus desdobramentos ao longo do
século 20.
Artistas como Pierre Soulages, Nuno Ramos, Paulo Pasta e Goeldi
estarão lado a lado, tecendo relações que possibilitam, dentro dos
critérios escolhidos de organização da mostra, aproximações, conexões,
continuidades entre os vários fazeres artísticos. A mostra é organizada
através de três ensaios sendo que para cada um deles, um conjunto de
obras suscita um determinado ponto de reflexão.
Pierre Soulages, Composição,1959
Soulages,
Nuno Ramos,
Paulo Pasta e Spaniol
No primeiro ensaio, por exemplo, Pierre Soulages é o artista escolhido para
situar a “pintura enquanto pintura”, critério que irá gerar outras
produções em destaque na mostra. “ O gesto, que um dia uniu-se às
narrativas, agora acumula a matéria, explica a curadoria. “A tinta
desliza, atravessa o plano da tela ou movimenta-se graficamente”.
Completam o circuito, obras dos artistas brasileiros Nuno Ramos, Paulo
Pasta e José Spaniol, com a idéia de encontrar, num exercício de
olhares, os vestígios deixados pela geração anterior.
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Goeldi, Crepúsculo, 1950/51 |
Brecheret, Santa Ceia, 1935 |
Goeldi e
Brecheret
O segundo ensaio apresenta o fazer artístico em um sistema de
desdobramentos plásticos. Brecheret é um artista de início figurativo
que, posteriormente, se aproxima do abstrato. São obras em terracota,
gesso e bronze que, lado a lado, tornam visíveis fenômenos
estéticospróprios da escultura. Goeldi aparece nesse ensaio como um
artista contemporâneo a Brecheret, espelhando as questões que envolvem a
expressão da escultura, projetadas no planoEm ambos, as obras trazem uma
faceta do tempo entrelaçada às aparências do espaço moderno
brasileiro.
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Mira Schendel,
Desenho 72,1972
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Bené Fonteles, Para o Espírito de Mira Schendel,1989 |
Mira Schendel, Bené Fonteles, Otávio Roth e Ester Grinspum
O terceiro ensaio abarca a motivação de artistas em dialogar com
as obras de outrosartistas, dando um sentido de reinterpretações,
relações e, claro, conexões. Lado a lado, as obras de Mira Schendel e a
série realizada por Bené Fonteles a partir delas: Para o Espírito de Mira Schendel. Obras de
Otávio Roth e Ester Grinspum também estão presentes ao diálogo de
técnicas, discursos e poéticas.
Para os curadores, Conexões é uma exposição sobre as proximidades, ligações e continuidades que as
artes visuais fazem com as coisas do mundo.
Serviço
Conexões
Curadoria: Carmen Aranha e Evandro Nicolau
De 8 de fevereiro até 15 de abril de 2007
Mac- Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São
Paulo
Rua da Reitoria, Cidade Universitária
Horário: de terça a domingo, das 10h às 16 h
Entrada Franca
Maiores informações 11- 3091 3328
www.macvirtual.usp.br
Imagens divulgação
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