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20/05/2007
6ª Semana dos museus
na USP

Ocidente reconhece arte japonesa somente no século 19

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15/05/2007

Centro de Estudos da Imaginária Brasileira
abre inscrições para Congresso

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"A correspondência das artes e a unidade dos sentidos" será tema do II Colóquio de Psicologia da Arte
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Mario Zanini

Territórios do olhar

Mostra no MAB – FAAP
Revela criações de um artista
Imerso na paisagem urbana.

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Torres Garcia
Museu Oscar Niemayer exibe Universalismo Constructivo
de Torres Garcia
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Na BM&F

Sai Goeldi e entra
Clóvis Graciano

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Historiadora de arte fala sobre Goeldi e diz que artista deveria ter uma sala permanente
com suas obras

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Fatos de Antonio Manuel faz revisão histórica
do Brasil

No CCBB de São Paulo

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Casa da Dona Yayá
Em maio, um pouco
de tudo

Música e espetáculos aos domingos.Palestras e cursos. Exposições

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"Oscar Niemeyer
A vida é um sopro"

Estreou em abril, o documentário "Oscar Niemeyer – A vida é um sopro". O filme pretende contar a vida do arquiteto desde a sua infância até os seus trabalhos mais recentes,
pautado na premissa de que a história de um povo pode ser expressa pela sua arquitetura. Dirigido por Fabiano Maciel, o documentário foi rodado em vários países e conta com imagens raras e inéditas,
além de depoimentos de personalidades.
Mais informações no site:

 
Novo site da Fundação Biblioteca Nacional

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Casa Porto de Artes Plásticas,
Antiga sede da Capitania dos Portos em Vitória
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entrevista com Sheila Cabo

 

Historiadora de arte
fala sobre “mito” Goeldi e
diz que artista gravador deveria ter uma
sala permanente com suas obras


Sol , c.1957
xilogravura, 7/12, 22,2x30cm
Coleção Ary F. Macedo
Gravura Premiada na II Bienal Interamericana do México – 1960

Cores Primárias- Em 1995, aconteceu uma grande mostra da obra de Goeldi no Centro Cultural Banco do Brasil no Rio de Janeiro, atualmente, temos a mostra do BMF em São Paulo que pretende, também, ser uma retrospectiva de fôlego. São mais de 10 anos entre uma mostra e outra, como você vê estes dois momentos? Houve ganhos na interpretação da obra de Goeldi?
Sheila Cabo - Acho bom que o Goeldi seja cada vez mais estudado e que suas obras estejam em muitas exposições, mas não posso avaliar se houve ganho entre uma mostra e outra, uma vez que não conheço a de São Paulo.

Cores Primárias - Seu livro, Goeldi: modernidade extraviada*, foi publicado em 1995. Pelo próprio título percebe-se que ele segue a vertente de interpretação de Ronaldo Brito, Carlos Zílio, ou seja, aquela que privilegia a figura do marginal, do solitário, muito enfatizado nos textos da mostra da BMF. Como você vê a cristalização - à revelia dos críticos, evidentemente – deste mito?
Sheila Cabo - Acho que vc fez uma leitura muito rápida do meu livro, reduzindo-o a uma extensão das teorias defendidas por Ronaldo Brito e Carlos Zilio. Inicialmente o que tenho a dizer é que não me parece que esses autores tenham feito a defesa de um Goeldi marginal. Da mesma forma, em meu livro, não faço tal mitificação, como você escreve. O que tentei fazer, e talvez você não tenha percebido, foi traçar um paralelo entre a concepção benjaminiana de história e de arte como "origem" e a ação de Goeldi no Brasil, elaborando um discurso historiográfico que isola o objeto e o faz resplandecer em sua unidade e diferença. Isso acaba isolando Goeldi dos outros modernistas, mas no sentido de permitir que seu trabalho apareça em seu devido valor.

Cores Primárias - Há textos, como a dissertação de Renato Palumbo Dória, a entrevista de Marcelo Grassmann para o IEB - USP e o recente livro publicado pela Cosac Naify que procuram envolver o "mito" de Goeldi em outras brumas, em ambigüidades. Você tem acompanhado estas novas leituras?
Sheila Cabo - Não, não tenho. Estou atualmente envolvida com uma pesquisa sobre a escrita da história da arte, tendo como objeto a relação entre arte e política na contemporaneidade.

Cores Primárias - No seu livro, Goeldi aparece como um contraponto ao universo dito "modernista", daí há uma desvalorização de sua faceta de ilustrador, pois ela o põe em contato com o mercado e, conseqüentemente, com o modernismo. Como você interpretaria, hoje, estas relações?
Sheila Cabo - Não acho que tenha desconsiderado o Goeldi ilustrador. Muito pelo contrário. Na ocasião do lançamento de meu livro (1995), participei da organização de uma exposição das ilustrações de Goeldi, no Solar Grandjean de Montigny. No texto que escrevi para apresentação da exposição, enfatizo que as ilustrações de Goeldi, apesar de terem sido feitas a partir de textos literários, têm expressão própria.
Talvez essa discussão interesse mais à Priscila Rufinoni, que foi quem publicou o livro sobre o Goeldi ilustrador, pela Cosac Naify.

Cores Primárias - Na mostra da BMF, tivemos ilustrações e as pesquisas recentes mostram que várias gravuras de Goeldi antes tidas como "independentes" são ilustrações também. Estas novas descobertas modificam um pouco as posições mais estanques?
Sheila Cabo - Acho que respondi na pergunta anterior.

Cores Primárias - Como você vê as perspectivas para a interpretação da obra de Goeldi? Há uma saturação de estudos em torno do período e do artista?
Sheila Cabo - Não, não há uma saturação. Há uma necessidade de estudos, mas, sobretudo - e aí eu vou parafrasear o Ronaldo Brito -, há uma necessidade premente de um museu, ou uma sala permanente dedicada à obra do Goeldi. Isso também é válido para muitos outros artistas brasileiros. Não temos efetivamente museus expondo a obra dos nossos principais artistas. Talvez por isso haja tanta euforia quando aparece uma exposição retrospectiva. Mas Goeldi tem que ser visto diariamente, ou melhor, nós merecemos ver Goeldi diariamente.

Cores Primárias- Quais poderiam ser as novas vertentes, ainda pouco exploradas, para a análise da obra do artista?
Sheila Cabo - A obra de um artista como Goeldi é sempre tão múltipla e rica de sentidos que renderia uma centena de teses e livros. Não posso te dizer quais seriam, essas "vertentes", como você escreve, elas surgem da relação que os críticos, teóricos e historiadores estabelecem com a obra do artista. Dependem de muitos fatores, que envolvem as possibilidades da obra e a disponibilidade de quem se aproxima dela. 

Cores Primárias - E o seu livro, Goeldi: modernidade extraviada*, você pensa em uma segunda edição revista? Há algum interesse em retomar, mais de 10 anos depois, estes questionamentos?
Sheila Cabo - Já pensei nisso, mas também acho que republicá-lo sem reescrevê-lo seria muito difícil para mim. Não fiquei parada esses 10 anos e teria muitas discussões comigo mesma. Talvez seja melhor deixar assim. Existe tanta gente nova querendo publicar sobre Goeldi! É a vez deles. Prefiro publicar minhas novas pesquisas.


*Goeldi: modernidade extraviada, Rio de Janeiro: Diadorim/ADESA, 1995.
*Sheila Cabo Geraldo é doutora em História pela UFF, onde defendeu a tese Arte e Modernidade Germânica, em 2001. Publicou o livro Goeldi: Modernidade Extraviada em 1995, decorrente de sua dissertação de mestrado em História Social da Cultura, na PUC-Rio. Atualmente é professora de História da Arte no Instituto de Artes da UEstadual do Rio de Janeiro e editora da revista Concinnitas: Revista do Instituto de Artes da Uerj.

Imagem - BM&F

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